
PERMANENTE ALFORRIA
o paredão enfrenta o mar que agride
a gaivota sulca o ar que acolhe
o sol arreda a nuvem que corteja
o mar liberta a onda que revolta
a areia sorve a água que agrega
o pé pisa a concha que estranha
o corpo saúda a natureza que alenta
a solidão rodopia no ar que afaga
a manhã coalha-se na luz que transporta
o cansaço esbarra no quadro que confronta
o sábado esgota-se no ocaso que redime
a intenção queda-se no esgar que não se cumpre
o domingo chega na cópia que oprime
o homem só regista o tempo que o suprime. e eis
que a liberdade toa no peito o acto de ufano feito ave
no infinito convocando ao vento a esperança
em Abril canto comum de silêncios incontidos
liberdade de poder íntegro. inteira alforria do ser,
que nega a agressão
e ao pé o direito de pisar
e as solidões rodopiantes
e esgotados sábados redentores
e cansaços esbarrados de confrontos
e esgares em rictos mal cumpridos
e cópias das supressoras opressões.
Paulo Neto
in: Na Liberdade – Antologia Poética- 30 anos-25 de Abril
3 comentários:
fiquei a saber que o Paulo aceitou
abraço
o Paulo.
______________.
o mar liberta a onda que revolta
a areia sorve a água que agrega
o pé pisa a concha que estranha
o corpo saúda a natureza que alenta
a solidão rodopia no ar que afaga
a manhã coalha-se na luz que transporta
o cansaço esbarra no quadro que confronta....
___________________
no seu belo confronto com a realidade. irreal.
insubmisso.
________________.
beijos. aos dois.
bem interessante o seu blog
vja se gosta da minha caixa de quinquilharias http://tradital.blogspot.com/2006/03/blog-post.html
saude
ps: comentei aqui porque vim de cima
Enviar um comentário