A diáfana sombra das nuvens passando sobre a brancura das casas: é a beleza das desaparições. Todo o instante é uma pequena cruz do Absoluto.
Livro das Esmolas – Adelino Ínsua
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
A RODA
No Inverno desejamos a Primavera, E na Primavera invocamos o Verão, E quando ressoam as abundantes sebes Declaramos que o Inverno é o melhor; Depois nada há de bom Porque a primavera não chegou – Não sabemos que essa inquietude que nosso sangue perturba É apenas a sua nostalgia do túmulo.
Uma Antologia – W.B.Yeats
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
(…) Ou, nos jardins do verão, o muro quieto na impossibilidade, externo a uma espessura de linhas invisíveis, uma espessura dotada de melancolia.
Ou, mais ainda, no teu casaco abandonado e entreaberto, ou seja, numa forma que descreve o teu desaparecimento.
Esta perplexidade é a consciência. O medo faz de pastor, porém não sabes mais de ti do que um animal absorto sobre a água.