O que me sustenta é a beleza. Rezo ao deserto para que continue a receber-me; rezo ao mar, e em especial ao grande e sereno Oceano Índico, para que não deixe nunca de me consolar com a sua voz de espuma; rezo às papaias pela sua carne e às goiabas pelo seu perfume. Rezo ao deus indiferente dos gatos porque os fez magníficos e ao das baleias e das vacas pela sua mansidão. Sou mulher: rezo a tudo o que floresce e frutifica - nada que cante ou que dance me é indiferente. Nada que fira ou destrua me é semelhante.
Faíza Hayat – O Evangelho segundo a serpente
Faíza Hayat – O Evangelho segundo a serpente
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2 comentários:
também descobri esta prosa nas crónicas da Pública. e adorei o livro: cheira a outros horizontes.
Parabéns pelas palavras...
um grande abraço
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