
mortos: hirtos na fina porcelana do seu
rosto, rígidos no vento da sua pedra.
Buracos negros as suas pálpebras ante o
choro das mulheres, a devastação dos filhos.
Sentissem eles as pulsações dos ventos,
a inquietação dos cães, a ruína dos
canteiros, o abandono dos trigos e das vinhas!
Se eles soubessem quanto apascentamos
a memória da sua transumância pelos
lugares que pisaram, e como se lhes
agiganta a cera das figuras, depois da partida
dos seus corpos minguados!
Mas nenhum bálsamo nos dão em troca
de tudo o que lhes damos; tudo se perde
no gesto imóvel, para sempre desenhado.
Esse silêncio compulsivo é o justo preço a pagar
pela mais pura e absurda decantação da alma.
O nome dos Mortos seguido de Biografia das Sombras – Fernando de Castro Branco
2 comentários:
será o egoísmo de sofrermos sózinhos?
"o mal é de quem fica!" - diz o povo
saberão do bem?
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