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Não é poema
não se escolhe: sente-se
um diamante vivo respira no centro do meu peito
sentes?
as suas faces espelhos onde me vejo
órgão rosto jóia
interrompem o ruído de uma maça trincada
que caiu súbita ao chão –
lembra-me que já fui carvão
cruz pregos martelo
sentes o hálito dos anjos?
aproxima-te
meçamos a voltagem dos metros sacros
entre golfadas
desejo-te como só as pedras:
rubra é a fenda
onde urge o magma
lava emerge à tona das nossas bocas
as carótidas dançam nas nossas bocas
não escolhi: sinto
reordenas todos os meus nomes
polindo todas as faces do diamante
com uma rosa dentro
enches-me o altar de frutos ternos
incandescentes rebentos brotam
constelações puras descem
… com harpa tão perto
de ouro se tecem as moléculas que respiramos
para polirmos mais diamantes
e assim o mundo adormece
em crepúsculos dourados
não penses
Suzana Guimarães
cràse - revista de literatura emergente – nº 0
não se escolhe: sente-se
um diamante vivo respira no centro do meu peito
sentes?
as suas faces espelhos onde me vejo
órgão rosto jóia
interrompem o ruído de uma maça trincada
que caiu súbita ao chão –
lembra-me que já fui carvão
cruz pregos martelo
sentes o hálito dos anjos?
aproxima-te
meçamos a voltagem dos metros sacros
entre golfadas
desejo-te como só as pedras:
rubra é a fenda
onde urge o magma
lava emerge à tona das nossas bocas
as carótidas dançam nas nossas bocas
não escolhi: sinto
reordenas todos os meus nomes
polindo todas as faces do diamante
com uma rosa dentro
enches-me o altar de frutos ternos
incandescentes rebentos brotam
constelações puras descem
… com harpa tão perto
de ouro se tecem as moléculas que respiramos
para polirmos mais diamantes
e assim o mundo adormece
em crepúsculos dourados
não penses
Suzana Guimarães
cràse - revista de literatura emergente – nº 0
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