do lugar dos outros

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terça-feira, 24 de novembro de 2009



"Era uma vez... Um mundo" - Prémio Revelação em Literatura Infantil e Juvenil Matilde Rosa Araújo

A história de abertura do livro "Era uma vez... um Mundo", a “Cidade dos Fantasmas Felizes” está destinada às crianças dos 3 aos 5 anos e é um desafio aos sentidos. Apresenta-se a preto e branco e está permanentemente envolvida num jogo de sons, sensações e várias perspectivas e volumes. Da história não digo nada, pois se as crianças de três anos tiverem medo do escuro, rapidamente se apaixonarão por Escurinho e, de algum modo, aplaudirão a sua inteligência. Só quem não conhece o Escurinho é que pode ter medo de fantasmas.O segundo conto deste livro, “Uma cidade diferente”, destina-se aos primeiros leitores (5 aos 6/7 anos). Trata-se de um diálogo entre duas personagens principais, Flora uma fada linda e feliz, e Aurora uma fada linda e antipática. A ilustração desta história conduz o leitor a sentir as emoções das duas frágeis fadinhas. Será que elas conseguirão ajudar aqueles que as envolvem? Aqui a questão do que é realmente importante é colocado através de um desafio que surge em cada fala. Ora pergunto eu, ora respondes tu. Segue-se um conto fabuloso e hilariante, “ Uma cidade de vegetais”. Temos dois protagonistas, os irmãos brócolos Pepe e Pop num conto destinado aos leitores de 7 até aos 8/9 anos. É um conto que aborda a temática da Multiculturalidade e não só. Há uma clara abordagem à sociedade consumidora do fast-food, onde os legumes são postos ao lado do prato. Desta forma, somos levados a conhecer a vantagem dos legumes, embora seja feito de forma indirecta. Também se descobre a importância da diferença e o que pode levar a essa diferença, e ainda se faz uma breve abordagem à problemática ambiental. Com este conto irão viver uma aventura com um desfecho inesperado, pois só quem não conhece Pepe e Pop é que pode não gostar de vegetais. Por fim, o amadurecimento temático surge em forma de conclusão com “Safi e os ladrões de cavalos”. Temos ou não direito à diferença? Seja de ordem cultural, religiosa, política, geográfica, musical, estética e tantas outras formas que enriquecem o diálogo, a partilha. Estes jovens, talvez por estarem mais próximos dos mais pequenos, enriqueceram substancialmente um tema tão vasto e de uma forma tão simples e inocente, onde alguns adultos se perdem e não encontram a verdadeira essência da partilha e do quanto é enriquecedor sermos todos diferentes.

Paula Viotti

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Obrigada Paula.




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4 comentários:

Paula Viotti disse...

Queria Z

muito obrigada.

Nem sei que lhe diga...


Deixo-lhe um beijo na mão azul de quem tem a generosidade tatuada na alma.

P

Paula Viotti disse...

MJQ

já nem sei como agradecer-lhe?

O livro a Z já conhece. O trabalho que envolveu este projecto e os percalços que o envolveu ainda dá mais mérito ao prémio que é, fundamentalmente, dos miúdos e do Professor António Coelho.


Este prémio foi atribuído pela Câmara Municipal de Cascais.

Beijo

P

José Pires F. disse...

Mais tarde ou mais cedo, o que tem valor, acaba por se revelar. Por vezes demasiado tarde, é verdade, outra vezes no seu tempo e a tempo de ainda contribuir para um caminhar que se quer profícuo, útil e feito na vontade do amor ao outro.

Um meritório trabalho que se quer continuado.

Parabéns, Paula.

Beijos, Paula e Zé.

PS: Zé, ainda pensei que te veria por Braga…

isabel mendes ferreira disse...

do lugar dos outros ao lugar da Paula que um dia teve a coragem de querer sedimentar palavras e sonhos num círculo de intemporalidade.

são "vontades assim" que fazem do mundo um lugar habitável.

Aqui agradeço às duas. à Paula e À Zé que tb habita um lugar "montanhoso" onde dá corpo ao interior da ternura e da generosidade.

neste lugar_____________abraço-As.

fico grata ao lugar da vida por me ter permitido conhecer almas lavadas.