do lugar dos outros
domingo, 28 de dezembro de 2008
NEVE
Oiço-te na extensão do sono
com dificuldade. O inverno, a neve
que nele havia, arde.
Era tão branco tudo: astros,
árvores, até as aves
que se abrigavam não sei
em que alpendres. E chamavam,
chamavam da brancura da neve.
Nenhum muro, nenhuma porta,
só a voz que chamava, doce
e pequena voz, a querer
partilhar comigo
o inverno, a neve, o mundo
amanhecendo, anoitecendo, branco.
Eugénio de Andrade – Os Sulcos da Sede
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2 comentários:
lindíssimo..........
(Eugénio de Andrade...)
Horas alvas.
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